Todo mundo adora falar que trabalha em equipe, mas na prática isso pode ser uma grande ilusão.

Uma equipe é tão forte quanto seu elo mais fraco!

Quando seus melhores talentos não sabem como trabalhar juntos, esforços individuais são quase que inúteis.

O autoconhecimento é peça chave nesta engrenagem, que começa por conhecer seus pontos fortes e de melhoria em seus comportamentos, mas não pode parar por aí.

É preciso fazer uma análise mais ampla e profunda do seu perfil como líder e de cada membro da equipe, passando por motivadores e valores, competências pessoais e inteligência emocional-social, que com certeza irão influenciar a autoconfiança, empatia e capacidade de cada um em trabalhar em equipe, além de outras coisas.

As equipes logicamente são formadas por pessoas e o seu desempenho está diretamente ligado à capacidade delas lidarem com seus problemas, conflitos internos e externos, mudanças, diferenças e desafios.

Uma equipe é tão forte quanto sua mentalidade coletiva!

O comportamento de seus funcionários também pode ser influenciado pela forma com a qual eles são desafiados e recompensados pelo seu líder.

Não importa o quanto você elogie o trabalho em equipe, quando suas ações não correspondem às suas palavras, não espere que sua equipe trabalhe de forma coesa.

É preciso desenvolver habilidades de liderança, conhecer a linguagem das pessoas, conhecer o que motiva cada indivíduo e de que maneira cada um quer ser recompensado.

 Este material tem como base o excelente artigo do consultor e escritor Gustavo Razzetti  – CEO e fundador da Liberationist , consultoria de liderança em mudança, que fala sobre os 7 principais fatores pelos quais sua equipe não trabalha como uma equipe.

São eles:

1. VOCÊ RECOMPENSA COMPORTAMENTOS INDIVIDUAIS, NÃO COLETIVOS

“Grandes coisas nos negócios nunca são feitas por uma pessoa; elas são feitas por uma equipe de pessoas. ”-  Steve Jobs

 Embora os líderes incentivem objetivos coletivos, a maioria das organizações recompensa os méritos individuais ou pelo menos dão mais peso para isso. 

Por exemplo, grande parte das empresas nas análises de desempenho, bônus e promoções são focadas no indivíduo e não na equipe.

Contudo é preciso ter em mente que se você recompensar apenas comportamentos individuais, não dá para esperar que as pessoas priorizem as metas coletivas.

2. VOCÊ CONTRATA PESSOAS, NÃO MEMBROS DA EQUIPE

“Seja rápido, seja o primeiro, mas nunca fique sozinho. Nada pode substituir o valor do trabalho em equipe. ”- Farshad Asl

 Quando paramos para analisar os anúncios de busca de emprego, vemos que a maioria deles atrai uma mentalidade individualista. 

Muito poucos motivam os candidatos com frases como: “Seja parte de uma equipe maior do que você”.

Pode até haver alguma referência do tipo: “Junte-se à nossa equipe”, mas a mentalidade de equipe realmente não está presente na esmagadora maioria.

A parte mais crítica ao procurar contratar um novo indivíduo, é o papel que essa pessoa desempenhará dentro de um grupo maior.

A princípio parece que todas as organizações se importam se o candidato se encaixa a equipe, mas não basta contratar e tentar fazer um ajuste cultural, é preciso ir além das especializações e experiências, analisar a personalidade, estilos de liderança e que tipo de competências a equipe necessita.

3. AUTORIDADE NÃO É DISTRIBUÍDA

“Quase todos os homens suportam a adversidade, mas se você quiser testar o caráter de um homem, dê-lhe poder.” –  atribuído (erroneamente) a Abraham Lincoln

 Estruturar o trabalho por equipes exige a distribuição de autoridade também. 

Como você pode esperar que um time se comporte como tal, quando não tem o “poder” de fazer nada?

Não existe nada mais danoso a uma equipe do que trabalhar com a ilusão de autonomia e quando tudo está pronto, o líder chega ao último minuto e muda tudo.

Esta, infelizmente, é uma prática muito comum.

A centralização do poder, que leva a falta de autonomia e de decisão, é a razão crucial para a frustração das pessoas de uma equipe, atrasos nos projetos e desperdício de dinheiro.

4. ORGANOGRAMAS NÃO REPRESENTAM COMO O TRABALHO É FEITO

“Títulos ou estruturas organizacionais, não são as lentes através das quais vemos nossos pares.” –  Jonathan Ive

 A maioria dos trabalhos é desenvolvida por equipes, mas os organogramas não representam essa realidade.

As estruturas organizacionais são uma maneira excessivamente complicada de vincular hierarquicamente os indivíduos para visualizar a colaboração da equipe.

As organizações modernas precisam de um roteiro mais inteligente para esclarecer como os trabalhos e projetos são feitos. 

Os organogramas não representam a fluidez de como as equipes operam, mas sim uma abordagem rígida e em camadas para dividir os papéis em dois grupos: Gerentes ou Subordinados diretos. 

Saber o que as pessoas estão fazendo, essa é a mentalidade por trás dos organogramas realistas.

5. SEU PROPÓSITO ORGANIZACIONAL NÃO RESSOA

“AQUELE QUE TEM UM porquê PARA VIVER PODE SUPORTAR QUASE qualquer COMO.” –  Friedrich Nietzsche

 Cada equipe precisa de um propósito próprio. 

Não há nada de errado com o propósito geral da organização, mas as pessoas ressoam com as coisas que estão ligadas à realidade do dia-a-dia. 

Os fins organizacionais são importantes, mas ter propósito específico da equipe gera um envolvimento mais significativo dos funcionários.

Geralmente as pessoas se conectam melhor com as outras quando o propósito no trabalho as une e existe relação entre suas metas pessoais e profissionais.

Além disso, o propósito de uma empresa pode enfatizar o belo aspecto de seus negócios, mas o que acontece com aqueles que estão nas trincheiras cuidando de tarefas menos excitantes? 

Ter um objetivo em equipe aumenta a motivação de todos para executar as tarefas necessárias ao sucesso da equipe.

6.  VOCÊ SILENCIA AS TENSÕES DE sua EQUIPE

“A paz não é a ausência de conflito, mas a capacidade de lidar com isso.” –  Mahatma Gandhi

Muitos líderes atuam com senso de harmonia: eles acreditam que uma equipe que se dá bem é mais produtiva do que outras.

Um local de trabalho sem tensões é uma ilusão, mas muitos gerentes ainda as veem como algo negativo. 

E, quando as tensões aparecem, eles agem em negação ou tentam apenas silenciar os conflitos.

As tensões são o combustível para manter sua equipe no topo do jogo. 

Você pode aprender a solucioná-las ou ignorá-las até que “o tiro saia pela culatra”.

Um estudo descobriu  que orquestras “briguentas” tocavam juntas um pouco melhor do que outras em que todos os músicos estavam muito felizes.

As pessoas se sentem satisfeitas por causa do que alcançaram juntas e não o contrário. 

Você incentiva sua equipe a discutir suas tensões? Ou você está, conscientemente ou não, promovendo uma cultura de silêncio?

7.  SEU SISTEMA DE RH SE CONCENTRA EM COMPORTAMENTOS INDIVIDUAIS

“O individualismo é o que faz a cooperação valer a pena.” –  Henry Ford

 A maioria das organizações se destaca em implementar sistemas para gerenciar pessoas. 

Infelizmente, na maioria das vezes, há uma tendência a favorecer ferramentas que definem, treinam e corrigem comportamentos individuais.

Há uma mentalidade arraigada na maioria dos departamentos de RH de encontrar e desenvolver as pessoas certas para o trabalho certo. 

Trabalhar com estes sistemas dificulta o trabalho em equipe e uma abordagem coletiva.

É por isso que é recomendado o coaching de equipe sobre o coaching executivo. 

Se a equipe tiver um problema, ele precisa ser entendido, abordado e resolvido coletivamente. 

Lidar apenas com o líder não fará com que a equipe se destrave.

CONCLUSÃO

Entender as pessoas de um ponto de vista mais amplo, como sugere o psicólogo e Master Coach canadense, Dr. Shayne Tracy, tomando como base aspectos como comportamentos, valores, motivadores, competências pessoais e nível de inteligência emocional, consolida um perfil muito mais abrangente e eficiente para o desenvolvimento humano, que serve de apoio para um bom trabalho em equipe.

Este perfil abrangente também apoiará o desenvolvimento das lideranças e suas competências, mas nada disso adiantará se a empresa não tiver uma cultura de trabalhos, organização e premiação em equipe, no qual, as pessoas sejam incentivadas a se unir as outras para alcançar resultados melhores e inovadores, mas sempre de forma coletiva.

Carlos Andrade                                                                 Roberta Araujo

Consultor Empresarial e Master Coach Sr                 Psicóloga e Master Coach

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