COMPORTAMENTOS E COMPETÊNCIAS, QUAL A DIFERENÇA?

Os comportamentos estão intimamente ligados às competências, contudo apresentam objetivos e conceitos completamente diferentes!

 

Vamos primeiramente fazer uma breve análise sobre estes dois conceitos.

METODOLOGIA CIENTÍFICA DOS COMPORTAMENTOS

Estudada desde o século V antes de Cristo por filósofos gregos como Empédocles e Hipócrates, a metodologia científica dos comportamentos teve um importante acréscimo de conhecimento como trabalho do renomado psicólogo Alemão Carl G. Jung, que em 1921 dividiu os comportamentos em 2 grande grupos, Introvertidos e Extrovertidos.

Mas foi em 1928, com o livro “Emoções de Pessoas Normais“, que o psicólogo Norte Americano William Moulton Marston estabeleceu a metodologia de análise de comportamentos mais utilizada até hoje, a metodologia DISC, hoje de domínio público.

Nela aprimorou o trabalho de Jung e separou os comportamentos em quatro quadrantes, divididos entre Introvertidos e Extrovertidos, Tarefas (pensamentos) e Pessoas (sentimentos e relações) e os nomeou da seguinte forma:

  • D – Dominance (Dominância – Extrovertido e Tarefas)

  • I – Influence (Influência – Extrovertido e Pessoas)

  • S – Steadiness (Estabilidade – Introvertido e Pessoas)

  • C – Compliance (Conformidade – Introvertido e Tarefas)

Hoje com todas as evoluções e aprimoramentos que foram feito no trabalho de Moulton podemos obter muito mais informações, tais como uma série de atributos relacionados, níveis de estresses, entre outras coisas.

Contudo é importante lembrar que os comportamentos são “O COMO nos comportamos e como nos comunicamos.

Eles nos mostram estilos de tom de voz, ritmo, linguagem corporal,  tolerância à mudança, senso de urgência, processo de decisão, enfim vários atributos diretamente ligados aos quatro comportamentos básicos (DISC) em uma linguagem observável, universal e neutra.

Uma pessoa que conheça a metodologia DISC pode ler e entender estes sinais e ter muito mais controle das suas interações com as outras pessoas.

 

METODOLOGIA CIENTÍFICA DAS COMPETÊNCIAS PESSOAIS

É uma metodologia relativamente nova baseada nos estudos do PhD em psicologia Alemão Robert S. Hartman, que sempre teve como desafio em sua carreira encontrar respostas para as perguntas:

  • O que é bom?
  • O que é valor?
  • O que é bom ou o que vale a pena na vida?
  • Como as pessoas valorizam?

Ao responder estas questões ele achava que poderia ajudar a preservar e melhorar o valor da vida humana.

Com o avanço de seus estudos, ele encontrou as respostas que procurava na doutrina baseada na ciência da Axiologia.

 

Ele escreveu em 1967 o livro “A Estrutura do Valor: Fundação da Ciência da Axiologia” em uma tradução livre de “The Structure of Value: Foundations of Scientific Axiology” no qual descreveu a matemática da fundação da medição e hierarquia de valor.

Enfim a Axiologia mede nossas Competências Pessoais, como nós pensamos, nossas capacidades, habilidades e talentos.

Ela representa “O QUANTO”  entendemos e valorizamos nossas capacidades, habilidades e talentos!

 

COMPORTAMENTOS E COMPETÊNCIAS

Agora que já conhecemos um pouco mais sobre os comportamentos e o que são as competências pessoais, podemos nos aventurar em discussões sobre suas relações e diferenças.

É muito fácil confundir comportamentos com competências, uma vez que nossos comportamentos estão diretamente ligados às nossas competências, bem como com a nossa inteligência Emocional-social.

Podemos citar como exemplo uma situação qualquer, na qual o comportamento calmo e assertivo, ou seja, com tranquilidade, tato e empatia, isso se deve porque temos a competência da comunicação eficiente, temos o domínio da situação ou do tema e temos um nível adequado de inteligência emocional que nos permite estarmos seguros de nós mesmos e nos sentirmos capazes de interagir e auxiliar outras pessoas.

Identificar que o comportamento que uma pessoa apresenta alta Influência, ou seja, que ela tem atributos de comunicação, extroversão, gosta de lidar com pessoas, etc., isso não quer dizer que ela tenha a competência da comunicação desenvolvida!

Para se medir esta característica, que é realmente uma competência, é necessário lançar mão da metodologia científica da axiologia.

Outro exemplo, uma pessoa que apresente um comportamento de alta Conformidade, que é mais introvertida, lida bem com tarefas, gosta de ter todas as informações para tomar suas decisões, não quer dizer que ela tenha um alto nível nas competências de Concentração ou Planejamento Organizado.

 

CONCLUSÃO

As metodologias científicas que estudam os comportamentos e competências pessoais (axiologia), apesar de relacionadas, são distintas.

Portanto não podemos afirmar que um comportamento é uma competência, mas podemos dizer que um comportamento pode influenciar uma competência e vice versa.

Quando queremos desenvolver uma competência em um indivíduo ou em nós mesmos, precisamos entender nossos comportamentos para aumentar o nosso autoconhecimento e nossa autoconsciência neste campo.

Contudo é preciso ter cuidado, pois agir em comportamentos e competências não garante eficiência a médio e longo prazo!

Para isso é preciso trabalhar na mudança de mentalidade agindo em características mais profundas ligadas a motivadores e principalmente a Inteligência emocional.

É preciso mudar a mentalidade e atitude para melhorar a capacidade de julgamento e assim fazer as escolhas certas para mudar seus hábitos.

Só então isso pode afetar de forma eficiente os comportamentos e as competências e assim atingir os resultados desejados de forma eficiente e duradoura.

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Carlos Andrade                                               Roberta Araujo

Consultor, Master Coach Sênior                      Psicóloga e Master Coach

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